Exposição Coletiva “TERRA”

“Em “TERRA”, é possível um retrato do último estádio da evolução da relação do ser humano com o planeta: ainda espaço de conquista e de posse, já filão exausto, corpo ofendido pelo abuso continuado dos recém-chegados de há 130 mil anos. O Presente resume-se, assim, a um estado que medeia entre a consciência dos efeitos da nossa estadia na Terra sobre ela mesma e a consciência, quiçá ainda embrionária, de que o futuro da nossa relação com este planeta tem de ser sustentável. Há muito que sabemos, sim, mas nem ideias recorrentes de apocalipse ambiental, de distopias iminentes e de sofrimento gratuito produziram um efeito suficientemente dissuasor.
A presente exposição pretende inserir-se neste movimento consciente que o trabalho provavelmente não terá fim, mas que é preciso ser feito. Que cada palavra, desenho, pintura, cerâmica, fotografia, instalação, têxtil, vídeo e as artes performativas é um mea culpa mas também uma exortação à coragem de dizermos que não somos únicos, que a Terra e os animais não-humanos não existem para nosso uso, que só na construção mútua das nossas identidades podemos sonhar co-sobreviver”.